Do que falamos quando nos referimos à interoperabilidade da blockchain? No artigo abaixo te contamos sobre a possibilidade de compartilhar informação através de diferentes redes blockchain.
O que é a interoperabilidade da blockchain?
Já se passaram 10 anos desde que foi lançada a primeira blockchain. Desde esse momento, a tecnologia avançou e chegou aos usuários principais e uma grande quantidade de empresas e agentes governamentais começaram a considerar os benefícios de ter uma rede de blockchain em uma variedade de indústrias. Estas vão da agricultura ao atendimento médico e votação, por exemplo.
Em consequência disso, a cada ano surgem vários projetos que competem -inutilmente- entre si para ver qual é a que melhor desenvolve sua corrente de blocos. Cada um buscará remarcar seus aspectos positivos.
Independentemente de serem suas características verdadeiras ou não, esses projetos representam correntes de blocos desconectados e independentes. Envolvem diferentes ecossistemas, algoritmos de hash, modelos de consenso e comunidades. Como resultado, o espaço blockchain está se tornando cada vez mais isolado e seu conceito filosófico central, a ideia de descentralização, está sendo abalada.
O que acontece atualmente é que uma corrente de blocos não tem conhecimento da informação que poderia chegar a existir em uma corrente de blocos diferente. Quer dizer, os projetos baseados em blockchain estão isolados uns dos outros. Bitcoin e Ethereum, por exemplo, seus blockchain são independentes por mais que trabalhem com a mesma tecnologia.
Por isso, a interoperabilidade de blockchain procura, por outro lado, a capacidade de intercambiar dados entre diferentes blockchains sem problemas, como se não tivessem limites.
Por que a interoperabilidade da blockchain é importante?
Devido ao fato de o espaço criptográfico ter se tornado altamente competitivo, alguns projetos tendem a se esforçar muito para superar os números de seus oponentes, em vez de se centralizar na infraestrutura geral.
A carreira de escalabilidade é um exemplo adequado. Originalmente encarregado da ideia de superar o rendimento insuficiente de BTC, a corrente de blocos original podia manejar apenas sete transações por segundo (TPS), no melhor dos casos. Vários projetos de blockchain começaram a apresentar números tão altos como 40.000 TPS.
Em contraste, a capacidade estimada da rede Visa é de cerca de 24.000 TPS, embora aparentemente só tenha que fazer apenas 1.700 transações por segundo em média, apesar da demanda sempre presente. Qualquer blockchain, inclusive a do Bitcoin, está longe de vencer a Visa em termos de compromisso; portanto, 40.000 TPS poderia parecer um pouco exagerado.
A importância da interoperabilidade transcende em que, se não fossem, nenhuma corporação iria querer processar seus pagamentos com uma corrente de blocos. A interoperabilidade da blockchain torna possível a adoção massiva e permite que a indústria continue evoluindo ainda mais.
Como se consegue esta interoperabilidade?
Interconectar blockchains existentes não é uma tarefa fácil. Segundo a pesquisa da ConsenSys sobre o assunto, «a comercialização promove a concorrência e a inovação, incentivando os desenvolvedores e empresários a construir sistemas que funcionem melhor para seus clientes». Como resultado, a interoperabilidade de código aberto é passada por alto e a maioria das correntes de blocos não tem uma função integrada, características que o apoiariam.
No entanto, vários projetos de blockchains se centralizaram na interoperabilidade, empregando diferentes focos. Podem ser utilizados diferentes métodos: correntes cruzadas, correntes laterais, tokens proxy, swaps, etc.
- Polkadot: é uma tecnologia de múltiplas correntes ou correntes cruzadas. Basicamente, permite que diferentes blockchains se conectem a um ecossistema maior e padronizado.
- Cosmos: também segue o princípio de corrente cruzada. Especificamente, emprega um protocolo de comunicação entre correntes de blocos (IBC) para estabelecer a interoperabilidade da corrente de blocos.
- Chainlink: é um serviço oráculo descentralizado. Serve como uma ponte entre blockchains e toda a infraestrutura que existe fora da corrente: os nodes da Oracle recebem dados do mundo real, os processam através da rede e os levam à blockchain.
- Wanchain: usa um protocolo diferente para facilitar as transferências de dados entre blockchains, que de outro modo não estariam conectados.
- Quant: não é uma corrente de blocos. Utiliza o protocolo Over Ledger, uma camada que é executada sobre blockchains existentes. Over Ledger ostensivamente permite aos desenvolvedores criar «MApps» – aplicativos descentralizados (DApps) que utilizam múltiplas blockchains ao mesmo tempo – em «três linhas de código» e sem nenhuma infraestrutura adicional.
De qualquer maneira, apesar de vários projetos terem trabalhando em soluções de interoperabilidade da blockchain, as redes permanecem em grande medida isoladas. No entanto, é importante ter em conta que o espaço blockchain ainda é relativamente novo e a maioria das novas empresas mencionadas estão nas primeiras etapas de seu caminho.